Análise detalhada e criteriosa comprova os benefícios do milho geneticamente modificado
Culturas agrícolas geneticamente modificadas (GMs) representam um dos maiores avanços biotecnológicos da história da humanidade.
O primeiro produto comercial modificado destinado ao consumo humano do mundo foi um tomate, lançado nos Estados Unidos em 1996. Desde então, muitas outras culturas derivadas da biotecnologia foram desenvolvidas e plantadas em diferentes países, contribuindo consideravelmente para a cadeia de produção de alimentos, fibras e energia.
Somente no ano de 2016, em seu 21º ano de adoção, 185,1 milhões de hectares foram plantados com culturas GMs. Dos 26 países nos quais foram cultivadas, 19 eram países em desenvolvimento – incluindo o Brasil, que sozinho foi responsável por 49,1 milhões de hectares. E os benefícios do uso dessa tecnologia para seus países e para o mundo são realmente expressivos. Tivemos um aumento de produtividade equivalente a US$ 167,8 bilhões (1996-2015) e a conservação de pelo menos 174 milhões de hectares de terra que não precisaram ser usados para a agricultura (1996-2015). Além disso, culturas GM reduziram o número de aplicação de praguicidas, a emissão de CO2 e ainda contribuíram para a melhoria da renda de 18 milhões de pequenos fazendeiros.
Apesar das evidentes vantagens, ainda existe uma intensa discussão sobre os reais riscos e benefícios do plantio de organismos geneticamente modificados (OGMs). Muitas opiniões ainda divergem quanto às questões associadas à segurança alimentar e ambiental dessas culturas. Mas o fato é que existe um real histórico de uso seguro de OGMs, recentemente reafirmado por um importante estudo que se valeu de 21 anos de dados relevantes para o assunto.
Com o intuito de aumentar o conhecimento sobre diversas características de uma das culturas GM mais plantadas no mundo, o milho, um grupo de pesquisadores europeus se propôs a conduzir uma análise detalhada e criteriosa da literatura científica publicada entre 1995 e 2016. Nada menos do que 6.006 artigos foram analisados, dos quais 76 foram selecionadas como sendo os mais importantes. Mais especificamente, os pesquisadores debruçaram-se sobre uma grande quantidade de dados relativos a produtividade, qualidade do grão, organismos impactados ou não pela tecnologia, e decomposição das plantas no solo, sempre comparando o milho GM com o milho convencional.
Os resultados obtidos, publicados na conhecida revista científica Scientific Reports, trouxeram alguns pontos interessantes. Na comparação com variedades convencionais, as variedades GM não só apresentaram uma produtividade significativamente mais elevada, mas também uma menor concentração de toxinas originadas de fungos que são consideradas capazes de causar câncer em humanos e animais. Ainda, os grãos colhidos a partir do milho GM apresentaram uma melhor qualidade, mostrando que a modificação genética pode aprimorar propriedades importantes para sua comercialização e consumo. Foi principalmente com base nos aspectos de toxicidade reduzida e qualidade aumentada que os pesquisadores chegaram à conclusão de que o cultivo de milho geneticamente modificado é uma prática benéfica.
A importância desse estudo não está apenas na conclusão que mais uma vez aponta para as vantagens de se plantar culturas GMs, mas também na forma como foi conduzido. Isso porque análises como esta – denominadas “metanálises” - valem-se de muitos dados gerados ao longo de vários anos, o que dá um grande peso aos resultados e às conclusões obtidas. Dessa forma, temos um novo reforço de que a agricultura está no caminho certo quando opta pelo uso de biotecnologia. Tudo indica que os próximos 21 anos de dados confirmarão a assertividade das escolhas de hoje.
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