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O Dia Mundial da Alimentação e nossa adaptação para alimentar o mundo

 

O mês de outubro guarda uma data de importância global: o Dia Mundial da Alimentação, celebrado anualmente todo dia 16 desse mês. Estabelecida em 1979, a data homenageia e coincide com a fundação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO - Food and Agriculture Organization), uma agência especializada da ONU que nasceu em 1945 e que se dedica a combater a fome no mundo. Propósito nobre e desafiador.

Não coincidentemente, o tema do Dia neste ano é “NOSSAS AÇÕES SÃO NOSSO FUTURO. UM MUNDO #FOMEZERO EM 2030 É POSSÍVEL”, o que nos leva a diversas reflexões sobre onde estamos hoje e o caminho que iremos trilhar para alcançar o objetivo proposto.

Apesar de produzirmos alimentos suficientes para atender as demandas de todos, sem exceção, os fatos apontam que sua distribuição está longe do ideal, que a fome ainda aumenta no mundo e que uma parcela considerável da população ainda sobrevive em condições alimentares precárias.  Atualmente, 821 milhões de pessoas passam fome no mundo, sendo 60% delas mulheres. Além disso, 45% das mortes infantis são relacionadas à desnutrição e 151 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade têm seu desenvolvimento comprometido por desnutrição. Ao considerarmos os indicadores que apontam que a obesidade está crescendo em todas as regiões do mundo, fica claro que existe um problema de acesso à alimentação de qualidade, devendo-se então equilibrar a balança e trabalhar na logística de fornecimento, gestão em nível mundial e educação para se estimular hábitos alimentares saudáveis.

Mas independentemente de qualquer coisa, esses milhões de pessoas não podem mais esperar. Elas precisam ser atendidas HOJE. E dado que precisaremos alimentar 8,5 bilhões em 2030, ações que favoreçam o aumento da produtividade agrícola serão sempre bem-vindas. Nesse ponto, podemos sempre aprender com a história da agricultura e com aquilo que foi o denominador comum de suas três principais revoluções: a nossa capacidade adaptativa.

A primeira Revolução Agrícola (ou Revolução do Neolítico) se deu há mais de 10.000 anos e teve como principal característica a drástica transição do modo de vida do homem: de nômade ou caçador-coletor para sedentário e domesticador de plantas e animais. Já a segunda Revolução, a chamada Revolução Agrícola Britânica, foi caracterizada por um aumento sem precedentes na produção agrícola, principalmente no Reino Unido, entre meados do século XVII e final do século XIX. Finalmente, a Terceira Revolução (ou Revolução Verde), que teve seu expoente entre 1950 e o fim dos anos 60, consistiu num conjunto de práticas tecnológicas mais avançadas, advindas de iniciativas de pesquisa e desenvolvimento que contribuíram para um aumento de produtividade global marcante, principalmente nos países em desenvolvimento.

Todos esses processos transformativos pelos quais a agricultura tradicional passou foram pautados pela nossa abertura a mudança e adaptação, garantidora dos avanços de cada era e da nossa própria evolução como sociedade. Manter essa habilidade de reconhecer as necessidades do novo, tendo foco em uma agricultura sustentável, será essencial se realmente quisermos um futuro no qual quem precisa de alimentos será devidamente atendido. Por esse motivo, abrirmo-nos ao uso da biotecnologia, da agricultura de precisão e demais ferramentas da agricultura moderna faz tanto sentido.

#Fomezero não é o segundo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU à toa, e mais do que nunca guarda estreita relação com o Dia Mundial da Alimentação e o caminho que deverá ser trilhado no sentido de uma disponibilização mais equilibrada de alimentos. Que essa data possa evidenciar as necessidades prementes da humanidade e nos relembrar de todo o conhecimento que a agricultura nos trouxe, ajudando-nos a entender como precisaremos nos adaptar para alcançar nosso nobre objetivo de alimentar a todos.

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