O Dia Internacional para Erradicação da Pobreza

A busca pela redução da pobreza no mundo é um dos maiores objetivos de organizações internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o World Bank. Temos até um dia do ano dedicado a essa causa: o Dia Internacional para Erradicação da Pobreza, comemorado em 17 de outubro.

As estimativas globais mais recentes dessas duas instituições apontam que 783 milhões de pessoas são pobres (ano de referência: 2013) – considerando que pobres são aqueles que vivem com menos de US$ 1,90 por dia. Mas iniciativas não faltam para atender as regiões mais carentes do mundo, como a África subsaariana e o sul da Ásia, e a agricultura pode contribuir consideravelmente para isso. Uma recente publicação da revista World Development confirmou que investir em agricultura tem sido a forma mais eficiente de reduzir a pobreza ao longo das últimas décadas – em alguns casos, de duas a três vezes mais eficientemente. Ou seja, frente a qualquer outro setor, quanto mais a agricultura cresce, mais pessoas saem da pobreza.

Além disso, os benefícios dos investimentos em agricultura são superiores àqueles destinados a atividades não agrícolas na redução da pobreza para os que são mais pobres e menos letrados, mas praticamente desaparecem à medida que países mais ricos são levados em consideração. Essa ligação direta é um claro reflexo do fato de haver mais pessoas vivendo com menos de US$ 1,90/dia em áreas agriculturáveis. Dessa forma, fica evidente a importância de decisões políticas e regulatórias que estimulem a agricultura moderno, aumentem a produtividade local, e garantam uma economia sustentável e o abastecimento da sociedade nos países mais carentes do mundo.

E apesar da necessidade de foco na agricultura, para tirar mais pessoas dessa situação também são necessários investimentos nas economias correlatas, objetivando incrementar a forma como instituições e organizações rurais operam, assim como sedimentar a infraestrutura básica e demais serviços. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO - Food and Agriculture Organization), por exemplo, é uma instituição que ajuda países a melhorar o acesso a tecnologias, serviços e mercados, bem como o acesso à gestão sustentável de recursos naturais pela população rural carente. Isso inclui produtores pequenos e familiares que passam a ter a oportunidade de produzir mais em suas propriedades e aumentar suas rendas ao passo que mitigam e se adaptam às mudanças climáticas.

Como possíveis contribuidores desse movimento pró-agricultura e anti-pobreza estão tanto o investimento público quanto o privado. O primeiro é essencial pois permite que haja pesquisa, extensão, ensino, infraestrutura e serviços que normalmente não são compreendidos pelo setor privado – além dos incentivos regulatórios e sustentáveis do qual já falamos. Por outro lado, a iniciativa privada contribui para a criação e abertura de mercados para os que vivem na pobreza, adicionando valor a produtos agrícolas primários e baixando custos de tecnologias, cultivando uma atmosfera digna para o trabalhador rural.

Para erradicar a pobreza nos quatro cantos do mundo em 2030 precisaremos da dedicação de todos os setores, mas apostar na agricultura tem se mostrado o caminho mais curto para chegarmos lá. É hora de investir. Vamos lá?

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