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Uma tecnologia de imagens que está revolucionando o Agro

O homem está vivendo na era da informação. Isso significa que ele vive em um mundo em que dados digitais podem ser muito valiosos por gerarem informações valiosas. Basta pensarmos, por exemplo, em como os dados climáticos são importantes para a qualidade e assertividade das previsões do tempo. Quando se fala em agricultura, dados digitais também são muito importantes. Inclusive, grande parte da modernização da agricultura nos dias de hoje se dá graças ao desenvolvimento de tecnologias que conseguem gerar grandes quantidades de dados.

E quando se pensa em agricultura digital, talvez venham à mente as aplicações tecnológicas que ocorrem diretamente no campo, como colheitadeiras automatizadas ou drones sobrevoando uma determinada área. Mas, apesar de o campo gerar uma grande quantidade de dados a todo instante, existem iniciativas que focam em segmentos fora dele e que ainda são carentes de inovação, como é o caso da análise de sementes e grãos. Atualmente, os principais métodos de análise dos parâmetros de qualidade de sementes e grãos são subjetivos, pois se baseiam em avaliações humanas que dependem de protocolos manuais e químicos. Ou seja, trata-se de um segmento que pode ser bastante beneficiado por processos mais precisos e eficientes.

A Tbit surgiu em 2008 justamente com o intuito de viabilizar soluções melhores e alternativas. Uma empresa mineira de base tecnológica, a Tbit foi fundada por um grupo de estudantes da Universidade Federal de Lavras (UFLA) que optou pela incubação da empresa na própria universidade. Quatro anos mais tarde, em 2012, a empresa fez o seu primeiro lançamento comercial e hoje já conta com 50 clientes, sendo a grande maioria (aproximadamente 80%) do mercado agrícola.

Com oito produtos no mercado agrícola, a Tbit vem melhorando os processos de qualidade do segmento através do desenvolvimento, produção e comercialização de plataformas (“equipamentos”) que utilizam computação e inteligência artificial para analisar imagens de sementes e grãos (e também de folhas). O objetivo é identificar diferentes padrões nessas estruturas que possam indicar aspectos de qualidade considerados relevantes. Atualmente, essas plataformas consistem de câmeras capazes de gerar imagens de alta resolução das amostras e um programa de computador que consegue, no caso de sementes, analisar mais de 300 características de cada semente com base em cor, geometria e textura. E a análise dessas imagens pode ser bastante informativa. Entre muitas outras funções, esses equipamentos são capazes de fazer a avaliação de plântulas para determinação de vigor, determinar taxas de germinação, calcular os danos causados por pragas, realizar análises de qualidade laboratorial e beneficiamento de sementes e grãos, podendo, ainda, verificar a qualidade da cobertura do tratamento de sementes.

Na comparação com as técnicas tradicionais, a tecnologia da Tbit permite melhorias na precisão, qualidade e padronização geral das análises, além de otimização do tempo de análise de até 300%, diminuição do tempo de liberação de lotes na casa dos 70% e redução de 20% no reprocessamento e devolução dos lotes. Apesar do foco inicial ter sido nas culturas de soja e milho, os equipamentos já fazem avaliações para cana-de-açúcar, trigo, amendoim, tabaco e cevada, além de folhas de diferentes culturas. Existe também o potencial para uso em culturas como café, cacau, algodão e outras, assim como a perspectiva de expansão para mercados como mineração, cerâmica e avaliação do sexo de aves, o que significa que os benefícios dessa inovação poderão se ampliar para novos clientes.

Com um know-how de quase 10 anos e resultados concretos, a Tbit tem se firmado como uma referência nacional em sistemas de análises de imagens e se configurado um exemplo de sucesso como empresa de tecnologia agrícola. Um aporte de investidores de R$ 1 milhão de reais, recentemente concedido, está permitindo que a empresa expanda sua estrutura comercial e de marketing, bem como atualize seu portfólio de inovação. Iniciativas como esta mostram que dados informativos estão realmente presentes em muitos pontos da cadeia, e que o crescente processo de modernização da agricultura pode surgir de soluções tecnológicas conceitualmente simples, mas que podem se tornar sofisticadas ferramentas do agronegócio.

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