A República do Ruanda é um dos menores países da África. Sua geografia é dominada por montanhas a oeste, savana a leste e lagos espalhados pelo país. Duas estações bem marcadas, uma chuvosa e outra seca, caracterizam o clima ao longo do ano. Com um histórico de conflitos e uma economia baseada em agricultura de subsistência exportadora de café e chá, Ruanda ainda apresenta um IDH baixo (0,524 – 158º) apesar de consideráveis melhorias ocorridas ao longo das últimas duas décadas.
Mas é desse pequeno país que está emergindo uma tecnologia que poderá contribuir para o grande mercado global da agricultura: uma ferramenta que usa energia solar para o monitoramento remoto da lavoura. Criada pela STES Group, uma empresa fundada por inovadores tecnológicos e pesquisadores de múltiplas áreas da engenharia, a solução promete deixar o manejo do campo mais eficiente ao passo que simplifica o fluxo das informações que o produtor precisa saber.
O sistema usa sensores que são colocados no solo para medir alguns parâmetros, incluindo temperatura, umidade e níveis de nutrientes. Por meio de uma plataforma online chamada “Farmbook”, várias opções podem ser escolhidas, incluindo a conexão com um sistema de irrigação automático, o que possibilita que as condições do solo sejam mais finamente controladas. Uma vez que o produtor acessa os dados à distância, ele pode monitorar sua plantação pelo celular e fazer um manejo remoto de forma adequada.
A ideia é que todas as condições relevantes para uma boa produção das culturas agrícolas de interesse sejam atendidas por meio do entendimento de que o campo não é um sistema homogêneo. Ou seja, fornecer uniformemente a mesma quantidade de insumos para toda uma área, em muitos casos, significa dar mais para quem precisa de menos, ou menos para quem mais precisa. Na realidade, cada metro quadrado de uma área cultivada possui uma demanda específica por água, nutrientes e fertilizantes, e assim, uma plantação deve ser vista como um verdadeiro mosaico cujos componentes merecem um tratamento personalizado. Em outras palavras, estamos falando de uma solução de Agricultura de Precisão, um modelo de gestão agrícola moderno que usa técnicas digitais para monitorar e otimizar a produção agrícola.
E a solução da STES torna-se ainda mais inteligente ao usar energia solar, portanto renovável e limpa, como fonte para o funcionamento dos sensores. Esse incremento ajudará os inventores a aumentar a produtividade da propriedade de seus clientes por meio da incorporação de conceitos de agroecologia e de uma agricultura sustentável, diminuindo a quantidade de diversos recursos (água, energia, fertilizantes, praguicidas), o que resultará em menor custo, redução do impacto ambiental de suas atividades e uma produção mais eficiente.
O sistema, que foi recentemente apresentado no 13º Show Nacional da Agricultura de Ruanda e custará entre US$ 300 e US$ 500, tem recebido a atenção do próprio governo, que pretende aumentar a área de terras irrigadas de 48.500 hectares em 2017 para 102.000 hectares em 2024, e de outros países que aguardam sua comercialização em escala.
Com isso, damos aqui um exemplo de como a agricultura moderna permite cada vez mais a abertura de novos mercados e negócios, inclusive para um país que não tem no avanço tecnológico um ponto forte. Que mais cases como esse se concretizem e impactem positivamente a vida de quem trabalha com agricultura.
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