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Transformando deserto em solo fértil

 

Como todo ser vivo, plantas de interesse agronômico precisam de água e nutrientes para se manterem saudáveis. Por esse motivo, produtores de todo o mundo buscam garantir uma boa disponibilidade desses recursos para o crescimento e desenvolvimento adequados desses vegetais. Pelos mesmos motivos, pensarmos na possibilidade de plantar essas culturas em áreas desérticas parece contra intuitivo. Mas o que antes seria um conceito fora do imaginável está começando a ganhar corpo.

Um grupo de engenheiros e inventores noruegueses tem trabalhado no desenvolvimento da Desert Control, uma empresa que está transformando o deserto árido em solo fértil, por meio de uma nova tecnologia que envolve uma mistura de água e argila. Uma vez gerada, essa mistura é utilizada na criação de nanopartículas que são então pulverizadas sobre a areia do deserto, que passa a se comportar como uma esponja que contem água e nutrientes. No fim, o que temos é um solo que apresenta condições favoráveis para o crescimento de praticamente qualquer tipo de planta.

Os empreendedores basearam-se na indústria do petróleo, que lida com grandes quantidades de argila, e os inventores envolvidos no projeto inspiraram-se nas diversas formas pelas quais ela é utilizada para desenvolver a solução proposta pela empresa. O CEO e presidente do conselho de administração, Brage Johansen, afirma que “iniciativas do agronegócio lutaram por muitas décadas para conseguir implementar o uso de argila na areia do deserto”. Ele complementa afirmando que, hoje, a Desert Control consegue fazer isso em questão de horas - ao invés de anos, como ocorria com estratégias da agricultura tradicional – o que representa uma pequena revolução para o setor.

E os benefícios são múltiplos. Ao se alterar uma região desértica para uma região “verde”, economiza-se água, há possibilidade de geração de produtos agrícolas, e alterações no microclima, como melhorias na qualidade do ar e ampliação das áreas habitáveis. Ainda, se a proposta estiver realmente resultando nessa modificação das áreas de deserto, estima-se que a iniciativa contribuirá com 10 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Apesar do modelo de negócio focar em regiões que naturalmente apresentam clima árido extremo, como o Oriente Médio, a empresa tem como visão escalonar e garantir o acesso economicamente viável dessa tecnologia para todo o mundo. Para isso, ela aposta em parcerias com governos locais, mas também com mercados ditos “de luxo”, como parques e jardins privados.

A agricultura moderna de fato está evoluindo em suas diferentes subáreas, de pequena revolução em pequena revolução, mas por vezes de forma disruptiva. Os saltos que esse tipo de tecnologia pode trazer para a maneira com a qual lidamos com a terra estão certamente alinhados com aspectos de agricultura sustentável e que serão essenciais para nossas futuras gerações.

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